Vens do fututro, dizes tu?
Sorrio.
Vens de lá, dos confins da vossa imaginação. Rebeldes, que vocês se tornaram.
Sorrio outra vez. Arrogante, pensarás. Talvez.
Diz-me o que vês, guerreiro, nesse futuro tão próximo e tão fechado. Nessa tua incoerência fatalista. Que fazes tu com a teoria do caos? Arremessa-a para um canto qualquer. Mas esconde-a bem, não vás tropeçar nela brevemente.
Vens do fututro, dizes tu. Nem o passado conheces. Não sabes os fogos da história. Não sabes o princípio do fim. Nem o fim do príncipio. Queres saber como acaba e nunca como começa. Pega na ponta certa se queres descobrir este véu.
Como começa, perguntas tu...? com mais mortes, mais vidas do que aquelas que ja viste. Começa antes do que possas imaginar. Começa fora do teu contexto. Não terás culpa, certamente.
Tu vens do futuro. Eu sou o passado. Os olhos que sentes a perseguirem-te são a nossa presença. Porque estamos aqui muito antes do fim. Ou do começo. Cansados de termos razão. Cansados de vermos os vossos mártires, iguais aos nossos. Iguais a todos os mártires. A todos os loucos e visionários. Cansa-nos o desgosto de vermos mundos iguais, sofrimentos iguais em corpos diferentes.
Tantas lições que tens que aprender. Nós estamos sempre à espera. Uma quaquer profecia que todos conhecemos : o fim será sempre igual. Desafio-te a fazeres-me crer o contrário.
És capaz..?